Convívio entre Forcalhenses
Forcalhenses juntaram-se para a matança do porco que proporcionou um fim-de-semana gastronómico em cheio .
As imagens que recolhemos durante o dia, testemunham o acontecimento que já tinha sido combinado previamente, umas semanas atrás. O porco de 90 quilos apresentava óptimo aspecto, não tinha demasiada gordura e a carne era suculenta…um primor!
O Café da Associação foi o espaço privilegiado para receber os convivas. A carne guisada ( numa panela de ferro) e assada já fazia crescer água na boca dos presentes, enquanto estava a ser cozinhada…As imagens valem mais do que 1000 palavras...
“…Nestes tempos, em que tanto se fala de ecologia, parece-nos que o porco é a máquina perfeita: transforma os vegetais em carne; alimenta-se do supérfluo, dos acréscimos da família; produz o estrume necessário aos campos do nosso agricultor; e depois de morto, serve de talho para o ano inteiro.
Quando se acabam as colheitas e a terra parece descansar, sob a neve ou a geada, para o novo ciclo de produção - é a hora de morrer. Jejuou a noite anterior para "limpar". Chegam os convidados, bem cedo, a mesa veste-se gulosamente. Para o mata-bicho não falta o bagaço. Mas na mesa ainda estão defuntos do ano anterior: presunto, salpicão, chouriça. Assim esconjurado o frio e preparados para o crime, avança-se para o cortelho.
À frente, o homem da faca, de leia na mão, tenta aprisioná-lo pelo focinho. Com mais ou menos dificuldade, ei-lo amarrado ao banco. Quatro homens seguram-no, cada um com a sua pata, comandado pelo homem da faca…”
Quando se acabam as colheitas e a terra parece descansar, sob a neve ou a geada, para o novo ciclo de produção - é a hora de morrer. Jejuou a noite anterior para "limpar". Chegam os convidados, bem cedo, a mesa veste-se gulosamente. Para o mata-bicho não falta o bagaço. Mas na mesa ainda estão defuntos do ano anterior: presunto, salpicão, chouriça. Assim esconjurado o frio e preparados para o crime, avança-se para o cortelho.
À frente, o homem da faca, de leia na mão, tenta aprisioná-lo pelo focinho. Com mais ou menos dificuldade, ei-lo amarrado ao banco. Quatro homens seguram-no, cada um com a sua pata, comandado pelo homem da faca…”
Alguns ditos populares:
- "Das carnes, o carneiro, das aves, a perdiz e sobretudo a codorniz, mas se o porco voara não havia carne que lhe chegara";
- "Quem tem porcos tem chouriços e presuntos";
- "Rico como um porco";
- "Queres conhecer o teu corpo? abre ou desmancha o teu porco";
- "Homem e porco só dão lucro depois de mortos";
- "Lavar o focinho a porcos, as orelhas a burros, pregar a padres e converter
judeus, é tempo perdido";
- "Leitão de mês, cabrito de três, mulher de dezoito, homem de vinte e três",...),
Curiosidades da Matança do Porco
- As mulheres e as crianças não deviam assistir à matança. As expressões de "coitadinho" influenciavam o matador. Também se pensava que o porco "encolhia o sangue".
- As mulheres com a menstruação não mexiam na carne, apenas podiam ajudar a fazer o almoço.
- No dia da matança eram distribuídos pelas casas dos vizinhos pratos com algumas variedades de carnes para que todos provassem da matança.
- Os pés e as orelhas eram comidos no Carnaval (com arroz de espigos de couve).
- Com a gordura (unto) que envolve os intestino, depois de pisada com um maço de madeira juntando sal e colorau, fazia-se uma bola que envolta por uma membrana retirada da mesma gordura, servia para barrar o pão (quando ainda não havia manteiga).
fdmc/01/2008
3 comentários:
Recordo quando era criança que os mais velhos, quando abriam o porco, diziam sempre para estarmos atentos e não deixar fugir a "passarinha".
A "passarinha" é uma glandula que se encontra junto aos intestinos do porco. Era temperada com sal, assada e comida imediatamente.
inda a propos dos ditos de matar o porco habia quem dezia que uma missa e um marrano daba pra todo o ano
Meu pai conta que na matança algumas pessoas bebiam um copo de sangue quentinho... "SuínoVAMPIROS"
Arrepio-me só de pensar...
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