Qual não foi o espanto do Guarda, quando este verificou que o “ contrabandista” só trazia um saco cheio de terra. Após uma busca minuciosa no referido saco, verificou o Guarda que o pobre homem não transportava nada de ilegal que pudesse ser transaccionado em Espanha. Embora duvidoso , e não tendo provas para deter o suspeita, o Guarda deixou o pseudo-contrabandista seguir caminho.
Na semana seguinte, o mesmo “ contrabandista “ é novamente interceptado, em cima da bicicleta com um enorme saco às costas também cheio de terra, pelo mesmo Guarda ( cuja identidade não iremos revelar em consideração ao bom nome da sua família). Acontece que o contrabandista não tinha nada a declarar nem transportava à primeira vista, qualquer mercadoria ilegal. Foi obrigado a deixar o homem seguir a sua vida.
Passado um mês, no mercado de Alfaiates, os dois homens encontraram-se casualmente. Curioso, o Guarda Fiscal , já sem farda, abordou o “ contrabandista” perguntando-lhe qual era a mercadoria que eles transportavam naqueles dias, convencido de que se tratava de contrabando. Mas o nosso Zé recusou prestar qualquer tipo de declaração, insistindo que era inocente e que não estava a fazer mal nenhum. O desejo forte de saber e a curiosidade mais do que aguçada, obrigaram o Guarda a prometer-lhe que não lhe iria fazer nada, caso lhe contasse a que tipo de negócio escuro o homem se estava a dedicar:
- Ande lá Ti Zé…essa história já passou… conte-me lá que o é que você andava a passar…juro-lhe que nada lhe acontecerá…
Perante a insistência do Guarda e confiando nas suas últimas palavras proferidas ( naqueles tempos ainda havia homens de palavras…um certo tipo de código de honra!) o contrabandista resolveu responder: - Ó Sr. Guarda! Já que quer saber e não nos vai acontecer nada…olhe…naquele dia nós estávamos a " passar" bicicletas…negócio altamente rentável…e tudo correu sobre rodas!”
Qualquer coincidência com a realidade é pura ficção.
fdmc/2007
2 comentários:
Contava meu saúdoso pai que uma vez a guarda fiscal confiscou a umas conterrâneas batatas que levavam para Espanha, obrigando-as a ir colocar a carga no quartel.
Quando passavam no "corro", seguindo os guardas, meu pai aparcebeu-se da situação e foi por trás delas e recuperou dois "talegos", que depois lhes devolveu...
depois o guarda e o contrabandista foram buer um copo juntos
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